...Mas meu orientador disse: "caso não seja do seu agrado, por favor sinta-se à vontade para ser orientado por alguém mais próximo dos teus interesses acadêmicos, isto é, que goste de elucubrações teóricas sem um pé nos dados empíricos..."
Que a natureza siga seu curso. Sua disciplina. Não questione a tradição. Cólon-ize com a mente o empírico. E com um pé (só um?) esmague a verdade: Mente! Meu grito, grita-o o corpo. Mas, por mais alto que seja, não reverberará por um coração sequer. Ele deverá, ao gosto do doutor, ser para a mente. E como fico? Pois vejo, toco e sinto... E sei, também por mente, que a trajetória traçada em todas as salas falas salas me afasta do uso deste tocar, sepultado na liberdade de expressão. Ment-ira! Escorre, supita, borbulha, encontro-me corpo em ira! Irás fazer-me companhia? Eis outro segredo: o que faço não é teoria... É toque num empírico. É empírico de fato! Mas as mãos que tocam este empírico jamais formadas de todo (com garras? Jamais!) estarão.
A mente fixou o texto. Mas o corpo não se fixa, segue. O conceito fixou a palavra. Mas o sentido não se fixa, segue. A tela fixou o signo. Mas o símbolo não se fixa, segue. Encontraram num agora que é este uma morada de ciganos. Encontraram numa atitude que é esta um pre-texto para ser. Para que eu possa ser, minto ao contrário. Enervo o que ainda há de nervos nas cadeias de fatos. Interesses acadêmicos? Não os tenho nenhum. Meus interesses são endêmicos. E se habitas em meu oikós corpóreo, prepara-te! Meus toques desmentem a velhacaria com ranço de sabedoria.
Me agrada não haver meio termo: Mentir o corpo, ser de-mente, ou, ser da vida, corporalmente.
Um comentário:
voce anda bastante dualista, querido marcos paulo. mas de certo você tem razão: a mente mente, o corpo não.
excelente seu texto!
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