sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Diatópico

Algumas palavras em segredo: o corpo não mente! O corpo não mente! O Corpo não, Mente! Fizeram-me acreditar por muito tempo que o corpo era habitação da mente. Mas o corpo não mente! Instaram por convencer-me que se desse de ombros o suficiente minha mente não mais sofreria os outros corpos que são (d)eus. Agitar o corpo não me faz mentir à mente! Deveria, como bem o disseram - e tanto melhor o fazem! Mas meu corpo não mente. Meu corpo faz-me ver o que pretensa-mente vêem, mas sem enxergar. Fez-me ouvir o que ouvem, sem escutar. E ao ver e ao ouvir, falar já não é desafio. Desafio É tocar. No toque vão mais que músculos e ossos a se movimentar. Estão embebidos corpo e mente numa escolha sincrônica. Aqui há um segredo dentro do segredo. Pois falar sem corpo, fala-se à mente. Mente que mente, mente si mesma. Arredia ao tocar por desacreditar o corpo. For-matar o corpo. O corpo é meu? Mente. O corpo é teu? Mente. Neste reino de tristes aleg-o-rias o corpo fez-se dor-mente. Desperta ao meu toque! Eu te EVOCO! Desmente. Suplico-lhe, desmente! E que um novo empírico seja teorizado. Mas teoriza-se pela mente? Só pela mente? No ment(ir) teoriza-se a vida. E só a mente vai. Só. Toca sem mãos ninguém. Ninguém vive, ninguém morre. Não há rima. Conhecimento assim é isso: cimento. Empareda vivo o conhecedor.

...Mas meu orientador disse: "caso não seja do seu agrado, por favor sinta-se à vontade para ser orientado por alguém mais próximo dos teus interesses acadêmicos, isto é, que goste de elucubrações teóricas sem um pé nos dados empíricos..."

Que a natureza siga seu curso. Sua disciplina. Não questione a tradição. Cólon-ize com a mente o empírico. E com um pé (só um?) esmague a verdade: Mente! Meu grito, grita-o o corpo. Mas, por mais alto que seja, não reverberará por um coração sequer. Ele deverá, ao gosto do doutor, ser para a mente. E como fico? Pois vejo, toco e sinto... E sei, também por mente, que a trajetória traçada em todas as salas falas salas me afasta do uso deste tocar, sepultado na liberdade de expressão. Ment-ira! Escorre, supita, borbulha, encontro-me corpo em ira! Irás fazer-me companhia? Eis outro segredo: o que faço não é teoria... É toque num empírico. É empírico de fato! Mas as mãos que tocam este empírico jamais formadas de todo (com garras? Jamais!) estarão.

A mente fixou o texto. Mas o corpo não se fixa, segue. O conceito fixou a palavra. Mas o sentido não se fixa, segue. A tela fixou o signo. Mas o símbolo não se fixa, segue. Encontraram num agora que é este uma morada de ciganos. Encontraram numa atitude que é esta um pre-texto para ser. Para que eu possa ser, minto ao contrário. Enervo o que ainda há de nervos nas cadeias de fatos. Interesses acadêmicos? Não os tenho nenhum. Meus interesses são endêmicos. E se habitas em meu oikós corpóreo, prepara-te! Meus toques desmentem a velhacaria com ranço de sabedoria.

Me agrada não haver meio termo: Mentir o corpo, ser de-mente, ou, ser da vida, corporalmente.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Monólogo de uma Sombra

"Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!
A simbiose das coisas me equilibra.
Em minha ignota mônada, ampla, vibra
A alma dos movimentos rotatórios...
E é de mim que decorrem, simultâneas,
A sáude das forças subterrâneas
E a morbidez dos seres ilusórios!
Pairando acima dos mundanos tetos,
Não conheço o acidente da Senectus-
Esta universitária sanguessuga
Que produz, sem dispêndio algum de vírus,
O amarelecimento do papirus
E a miséria anatômica da ruga!
Na existência social, possuo uma arma-
O metafisicismo de Abidarma -
E trago, sem bramánicas tesouras,
Como um dorso de azémola passiva,
A solidariedade subjetiva
De todas as espécies sofredoras.
Como um pouco de saliva quotidiana
Mostro meu nojo á Natureza Humana.
A podridão me serve de Evangelho...
Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
E o animal inferior que urra nos bosques
E com certeza meu irmão mais velho!
Tal qual quem para o próprio túmulo olha,
Amarguradamente se me antolha,
À luz do americano plenilúnio,
Na alma crepuscular de minha raça
Como urna vocação para a Desgraça
E um tropismo ancestral para o Infurtúnio.
Aí vem sujo, a coçar chagas plebéias,
Trazendo no deserto das idéias
O desespero endêmico do inferno,
Com a cara hirta, tatuada de fuligens
Esse mineiro doido das origens,
Que se chama o Filósofo Moderno!
Quis compreender, quebrando estéreis normas,
A vida fenomênica das Formas,
Que, iguais a fogos passageiros, luzem...
E apenas encontrou na idéia gasta,
O horror dessa mecânica nefasta,
A que todas as coisas se reduzem!
E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes,
Sobre a esteira sarcófaga das pestes
A mostrar, já nos últimos momentos,
Como quem se submete a uma charqueada,
Ao clarão tropical da luz danada,
O espólio dos seus dedos peçonhentos.
Tal a finalidade dos estames!
Mas ele viverá, rotos os liames
Dessa estranguladora lei que aperta
Todos os agregados perecíveis,
Nas eterizações indefiníveis
Da energia intra-atômica liberta!
Será calor, causa ubíqua de gozo,
Raio X, magnetismo misterioso,
Quimiotaxia, ondulação aérea,
Fonte de repulsões e de prazeres,
Sonoridade potencial dos seres,
Estrangulada dentro da matéria!
E o que ele foi: clavículas, abdômen,
O coração, a boca, em síntese, o Homem,-
Engrenagem de vísceras vulgares -
Os dedos carregados de peçonha,
Tudo coube na lógica medonha
Dos apodrecimentos musculares!
A desarrumação dos intestinos
Assombra! Vede-a! Os vermes assassinos
Dentro daquela massa que o húmus come,
Numa glutoneria hedionda, brincam,
Como as cadelas que as dentuças trincam
No espasmo fisiológico da fome.
E unia trágica festa emocionante!
A bacteriologia inventariante
Toma conta do corpo que apodrece...
E até os membros da família engulham,
Vendo as larvas malignas que se embrulham
No cadáver malsão, fazendo um s.
E foi então para isto que esse doudo
Estragou o vibrátil plasma todo,
À guisa de um faquir, pelos cenóbios?!...
Num suicídio graduado, consumir-se,
E após tantas vigílias, reduzir-se
À herança miserável de micróbios!
Estoutro agora é o sátiro peralta
Que o sensualismo sodomista exalta,
Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo...
Como que, em suas células vilíssimas,
Há estratificações requintadíssimas
De uma animalidade sem castigo.
Brancas bacantes bêbedas o beijam.
Suas artérias hírcicas latejam,
Sentindo o odor das carnações abstêmias,
E á noite, vai gozar, ébrio de vício,
No sombrio bazar do meretrício,
O cuspo afrodisíaco das fêmeas.
No horror de sua anômala nevrose,
Toda a sensualidade da simbiose,
Uivando, á noite, em lúbricos arroubos,
Como no babilônico sansara,
Lembra a fome incoercível que escancara
A mucosa carnívora dos lobos.
Sôfrego, o monstro as vítimas aguarda.
Negra paixão congênita, bastarda,
Do seu zooplasma ofídico resulta...
E explode, igual á luz que o ar acomete,
Com a veemência mavórtica do aríete
E os arremessos de uma catapulta.
Mas muitas vezes, quando a noite avança,
Hirto, observa através a tênue trança
Dos filamentos fluídicos de um halo
A destra descamada de um duende,
Que tateando nas tênebras, se estende
Dentro da noite má, para agarrá-lo!
Cresce-lhe a intracefálica tortura,
E de su'alma na cavema escura,
Fazendo ultra-epiléticos esforços,
Acorda, com os candieiros apagados,
Numa coreografia de danados,
A família alarmada dos remorsos.
É o despertar de um povo subterrâneo!
E a fauna cavernícola do crânio-
Macbetbs da patológica vigília,
Mostrando, em rembrandtescas telas várias,
As incestuosidades sangüinárias
Que ele tem praticado na família.
As alucinações tácteis pululam.
Sente que megatérios o estrangulam...
A asa negra das moscas o horroriza;
E autopsiando a amaríssima existência
Encontra um cancro assíduo na consciência
E três manchas de sangue na camisa!
Míngua-se o combustível da lanterna
E a consciência do sátiro se inferna,
Reconhecendo, bêbedo de sono,
Na própria ânsia dionísica do gozo,
Essa necessidade de horroroso,
Que é talvez propriedade do carbono!
Ah! Dentro de toda a alma existe a prova
De que a dor como um dartro se renova,
Quando o prazer barbaramente a ataca...
Assim também, observa a ciência crua,
Dentro da elipse ignívoma da lua
A realidade de urna esfera opaca.
Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,
Abranda as rochas rígidas, torna água
Todo o fogo telúrico profundo
E reduz, sem que, entanto, a desintegre,
À condição de uma planície alegre,
A aspereza orográfica do mundo!
Provo desta maneira ao mundo odiento
Pelas grandes razões do sentimento,
Sem os métodos da abstrusa ciência fria
E os trovões gritadores da dialética,
Que a mais alta expressão da dor estética
Consiste essencialmente na alegria.
Continua o martírio das criaturas:
- O homicídio nas vielas mais escuras,-
O ferido que a hostil gleba atra escarva,
- O último solilóquio dos suicidas -
E eu sinto a dor de todas essas vidas
Em minha vida anônima de larva!"
Disse isto a Sombra.
E, ouvindo estes vocábulos,
Da luz da lua aos pálidos venábulos,
Na ânsia de um nervosíssimo entusiasmo,
Julgava ouvir monótonas corujas,
Executando, entre caveiras sujas,
A orquestra arrepiadora do sarcasmo!
Era a elegia panteísta do Universo,
Na podridão do sangue humano imerso,
Prostituído talvez, em suas bases...
Era a canção da Natureza exausta,
Chorando e rindo na ironia infausta
Da incoerência infernal daquelas frases.
E o turbilhão de tais fonemas acres
Trovejando grandiloquos massacres,
Há-de ferir-me as auditivas portas,
Até que minha efêmera cabeça
Reverta á quietação da treva espessa
E à palidez das fotosferas mortas!

Augusto dos Anjos

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Enquanto você dorme...

(Leia bem devagar... Porque foi devagar que eu escrevi)
Eu escrevo. Já que não posso dormir, vou me atrever a sonhar noutro lugar. Não estou sentado diante da máquina. Estou do lado de fora da casa e olho para o céu. Desde que fiz a cirurgia não consigo enxergar mais as estrelas em seu esplendor. Tudo é borrado. Vejo um ponto aqui, outro acolá, nada comparado ao enxame de luzes que me lembro ter visto um dia. Porém, aqui é diferente! Agora olho para o céu e posso ver novamente. Mais do que isso, eu vejo o céu não como um fundo negro cravado de pontinhos luminosos, antes, sim, como uma plácida luz única portadora de nervuras escuras. O céu em toda sua extensão. A abóboda celeste é meu globo ocular irrigado por veias tão pequeninas que mais se assemelham a um emaranhado de teias de aranha. Será que fiquei tanto tempo sem usar meu cérebro? Ou será que o uso de menos? Tanto faz! Mas, por que olho para o céu? Procuro alguma benção ou aprovação? Meu gato passa correndo sobre meus pés descalços. Rápido, e muito contente com alguma coisa. Presta-me um favor sem perceber (ou teria percebido?), afasta de mim tais questões menores. Aviso-me que não tenho compromisso com o Sentido, a concordância ou a correção. Meu gato pára aos meus pés e olha dentro dos meus olhos. Noite clara, mas, mesmo assim suas pupilas estão dilatadas ao máximo. Ele pode enxergar meus sentimentos facilmente, só precisa da luz das estrelas para isso. Ele olha lá no fundo, raramente um humano se atreve a ir tão fundo num olhar. O que ele vê? A luz das estrelas desce ardente e sussurrante e vai para os olhos dele. Contudo ela não para ali. De seus olhos saltam aos meus. E eu posso enxergar toda a imensidão dentro de um simples gato bobo mijão. Ainda com o olhar fixo no meu ele lança um miado baixo, difícil de ouvir. Se não fossem meus sentidos estarem aguçados como suas pupilas dilatadas eu não poderia ouví-lo. O miado foi um aviso, ele iria saltar. Sorte a minha estar com jeans. lentamente ele vai cravando as unhas perna acima. Eu não o espanto, ele quer me dizer algo. Finalmente chega à minha blusa. Suas unhas vão estragar o tecido, o pensamento vai embora tão rápido quanto veio. A blusa é menos resistente. As pontas das garras atravessam o pano e acham sustentação em minha pele. Por que eu alimentei tanto esse bichano? Queima! Unhas peçonhentas? Seja rápido gato! Mas ele continua no mesmo passo em sua escalada. Eu cerro os dentes. Puta que pariu!!! Argh! Meu mamilo!!... A dor escorre nos cabelos. Finalmente as garras se acomodam no ombro esquerdo e ele aproxima seu nariz gelado do meu ouvido: "Navigare necesse; vivere non est necesse". Fala e começa a ronronar. Logo depois salta ao chão e bate em retirada no encalço de um inseto voador. Eu aproveito que estou, além de em pé olhando para o céu, sentado diante de meu computador e acesso o Goolge. A rede me informa: "'Navigare necesse; vivere non est necesse' - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu" (sic). A nota acompanha uma poesia, Navegar é Preciso, Fernando Pessoa. Meu corpo ainda sente a ingrata escalada. O gato brinca debaixo da mesa. Navegar é preciso... Leio o poema e percebo o quanto de latim Pessoa bebeu. Eu não bebi tanto, só um pouco, algumas aulas de gramática. Eu bebi do português, e bebi mal. Mais alguma coisa? Sim! Uma música. Qual é o cantor mesmo gato? Ele brinca com um saco plástico jogado no chão (preciso arrumar essa casa). No barulho misturado entre o saco plástico e seus ronronados me chega à mente o nome: Veloso. Eu não gosto dele. Algum site de música qualquer. Hum! Fácil, já está a tocar. O barco, meu coração não aguenta, tanta tormenta alegria... e por aí vai. No refrão: Navegar é preciso, viver não é preciso. Entre Pompeu e eu existe um tempinho decorrido. Pompeu, Pessoa, Veloso e eu. O português me lança outra perspectiva, outra possibilidade me é dada e eu a agarro com garras afiadas. O "preciso" do viver não o é de necessidade, é de precisão. Como a de um cirurgião trabalhando em minhas córneas ou a de um belo conceito bem fechado, claro e operacional de Weber. O navegar está dado, por mais exótico que se escolha o destino, em águas azuis, verdes ou vermelhas e, por mais pitoresca que seja a embarcação que se use, saber-se-á quando navega, sempre. Navegar É preciso! Agora, viver... Não há precisão no que seja isso. Viver não É preciso, não está dado. Sem manuais, por mais que minha mãe insista em dizer que sabe o que é melhor. Eu estou no ponto mais alto da região em quilômetros! Desde criança eu cobiçava um dia escalar esse monte. Alto e íngreme. Estradas secretas que levam para dentro do cerradão. O gato não está comigo. Ele ainda não existia nesta parta da minha vida. Voltei alguns anos... Quantos? Dois ou três. Lá estou eu, exausto. Uma bolsa a tira colo com um livro que não ouso ler, uma garrafinha d'água e uma bela romã. Claro! Havia também um osso de vaca. Um grande osso que encontrara num dos vales da acidentada região. O osso me servia de facão para abrir caminho no mato denso. No topo... Pensei que a visão seria mais grandiosa. Entretanto o topo não é tão alto. Nada grandioso de se ver. Mas, grandioso foi o esforço. Sim! Esse foi. Meu corpo. Cada fibra praguejando contra minha vontade. Cada fibra louvando à mesma vontade. Era rochoso. Grandes rochas velhas e gastas pelos séculos. Vacas não chegavam ali. Era muito íngreme para subirem. Quem mais teria desejo tão absurdo? Quem mais teria posto os pés ali? Eu comi a romã doce e depois mijei na rocha. Eu estava só. Quis gritar mas não o fiz, por quê? Eu quero gritar agora mas não o faço, por quê? Eu estou descansando enquanto escrevo. Minha mente se mistura com o espaço em branco que nunca acaba no monitor. Tem um espaço em branco aqui dentro também. Os dois me metem medo. Os dois eu quero preencher. Os dois sempre abrem uma linha a mais quando a anterior está cheia. Eu estou sonhando em qual direção agora? De cima da rocha eu vislumbro uma tempestade que se aproxima. Lá no horizonte clarões, essa vai ser das fortes. Na verdade já estava chuviscando. O mato estava úmido. Eu escorrego e quase desço rolando por algumas dezenas de metros. A mão segura como garras o capim. Eu estou na rocha. De lá avisto meu monitor agora. Ele tem uma luz boba, não é como a das estrelas mas é uma luz. Diferente. O gato sentou na rocha comigo. Meu coração não aguenta a tormenta no horizonte. Alegria. Veloso faz silêncio, é preciso! Um clarão corta o horizonte de dois anos no passado (ou três) e acerta o monitor de meu computador agora, ou seria de meu computador que a faísca salta rumo ao coração da tormenta? Não é luz de raio ainda, nem luz de monitor; é luz de estrela, eu pude perceber, o gato também. Luz de estrela. O osso cai sobre a rocha. O barulho do osso na rocha é a voz do trovão de luz de estrela. Ele diz: Sonhar na rede é difícil porque antes você precisa se acostumar a dormir nela. Uso a rede para estudar, para falar com pessoas, para assistir desenho animado japonês. Nunca usei a rede para dormir antes. Uma tecla salta do teclado, o gato a toma na boca e a ajusta num besouro que agora pode usar sinal de + ou de =, além de §. Eu pego o osso no chão. Havia caído perto de uma moita de capim onde se enrolara uma cascavel. Repenso meu objetivo. Se for descer deste monte não tão alto não será para voltar para casa. Eu vi Um Portal. Subo na luz de estrela, ela é sólida como gelo denso. O coração da tormenta de um lado, o monitor de outro. O gato me acompanha. O osso está em minha mão. Um Portal. Entendo. Minhas pupilas se dilatam ao ver que um pequeno falcão arremeteu sobre a moita da serpente e alçou vôo com ela enroscada em suas pernas. Não como uma presa. Como uma aliada. O livro dentro de minha bolsa badala a décima primeira hora do dia. A água na garrafa borbulha. O gato sobe novamente por meu corpo, agora sem machucar nada. Aproxima-se como um confidente de meu ouvido esquerdo e diz numa voz firme: sigamos!

domingo, 28 de dezembro de 2008

EU tenho um Blog!! Isto basta!! Adeus...